A dura missão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da mais importante operação da ONU no mundo. Ele teve a tarefa de dar fim ao maior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, com quase seis milhões de mortos
“EU PROCURO FAZER AS COISAS DE FORMA SIMPLES, FOCAR NO QUE PRECISA SER FEITO. SE COMEÇAR A FOCAR NA DIFICULDADE, FICAR RACIOCINANDO NA COMPLEXIDADE DO PROBLEMA, ACABA PERDENDO TEMPO… HÁ UM PLANEJAMENTO, E TEMOS QUE COLOCAR EM PRÁTICA. EU DOU O RITMO, DE FORMA MAIS RÁPIDA, OU MENOS. MAS TEMOS QUE ANDAR PRA FRENTE, A COISA TEM QUE TER DINAMISMO”
– GENERAL DE DIVISÃO SANTOS CRUZ
Carlos Alberto dos Santos Cruz é um militar brasileiro. E um cidadão que o resto do mundo conhece ( e reconhece) melhor que o seu próprio país.
No comando da missão de paz na República Democrática do Congo (MONUSCO) em 2013, estiveram sob sua coordenação cerca de 23,7 mil militares de 20 países. Pela primeira vez desde a Guerra da Coréia (1950-53), a ONU (Organização das Nações Unidas) autorizou o uso de força militar para fazer cumprir suas resoluções.
Sob Cruz, deu-se o fim do confronto com o Movimento 23 de Março (M23), o maior grupo guerrilheiro do país africano, que acabou por encerrar a luta armada nos fins de 2013.
Pouco conhecido no Brasil fora dos meios militares, a missão bem sucedida de Santos Cruz foi descoberta pela rede de televisão árabe Al Jazeera e revelada ao resto do mundo em documentário de 25 minutos.
Profundamente humanitário em sua visão de mundo , é dele uma das frases que talvez mais defina a natureza do trabalho conduzido por civis e militares a serviço da ONU:
“A GENTE NUNCA SE ACOSTUMA COMO SOFRIMENTO HUMANO”
Aqui um breve resumo de como essa região chegou a esse deplorável combate armada, onde as vitimas são quase que em totalidade civis:
Conheça o armamento usando nessa guerra:
Um breve resumo do currículo desse grande guerreiro e herói brasileiro:
Iniciou sua carreira militar em 18 de março de 1968, ao ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, onde terminou o curso em 1970. Graduado aspirante-a-oficial de infantaria em 1974, na Academia Militar das Agulhas Negras. Foi promovido a segundo-tenente em 31 de agosto de 1975 e a primeiro-tenente em 30 de abril de 1977. Atingiu o posto de capitão em 30 de abril de 1980 e, entre 1983 e 1984, foi instrutor da EsPCEx.
Em 1985 realizou o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Promovido a major em 31 de agosto de 1987, cursou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e ascendeu a tenente-coronel em 31 de agosto de 1992. Trabalhou na Assessoria de Pessoal do Gabinete do Comandante do Exército.
Formado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, comandou diversas subunidades no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Ascendeu ao posto de Coronel em 30 de abril de 1997. De janeiro de 1998 a janeiro de 2000, comandou o 43º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cristalina-GO e, entre 2001 e 2003, foi adido militar junto à Embaixada do Brasil em Moscou, Rússia.
Promovido a general de brigada em 25 de novembro de 2004, foi designado para comandar a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada,em Cuiabá.
Comandou a missão de paz no Haiti (Minustah) entre setembro de 2006 e abril de 2009, tendo um total de 12 mil militares subordinados.Atingiu o posto atual em 31 de março de 2009.
No retorno ao Brasil, foi comandante da 2ª Divisão de Exército e subcomandante do Comando de Operações Terrestres.[8] Passou para a reserva em novembro de 2012. Em seguida tornou-se assessor especial do Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência do Brasil.
Em abril de 2013, foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para suceder o tenente-general indiano Chander Prakash Wadhwa no comando da missão de paz na República Democrática do Congo (MONUSCO), na coordenação de cerca de 23,7 mil militares de 20 países. No início de junho desse ano foi designado para o serviço ativo a fim de poder exercer o cargoe chegou àquele país para assumir o comando,[13] no qual trabalha desde então.
No dia 26 de abril de 2014, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que “a ONU não é onipresente e não pode ser responsabilizada por crimes que não pode impedir”, “os grupos que atuam na região são puramente criminais” e que “a gente nunca se acostuma com o sofrimento humano”.