quarta-feira, 15 de junho de 2016

Quem foram os piratas e o que eles realmente faziam




Fonte: (aqui)


Ao longo dos séculos, muita história foi-se acumulando a cerca dos piratas, dos seus grandes feitos, coragem e ousadia. Porém, muitos destes relatos são apenas fantasias e mitos, que os próprios soldados criavam na época, como uma desculpa para suas derrotas.
Mas, não se engane, alguns piratas – de fato – eram tão tenebrosos quanto se ouve em histórias e lê-se em bons livros por aí, como era o caso do pirata Barba Negra. Enfim, o que os piratas faziam? Quem, realmente, eles eram?

Piratas!

Pouco se ouviu falar do código da irmandade, implementado pelos piratas Morgan e Bartolomeu, até este fato virar um dos temas da saga Piratas do Caribe. Sim, você leu certo: Fato!
Realmente, os piratas tinham um código e todos eles – sem exceção – seguiam o código da irmandade a risca, principalmente na parte onde se dizia sobre o respeito ao capitão, a divisão do saque e a punição aos amotinados.
Esta “constituição” era conhecida por, praticamente, todos os homens que viviam no mar, fossem eles piratas ou não, afinal de contas, nunca se sabia quando uma “Parola” poderia salvar sua vida!
Porém, nem tudo que se vê na ficção de fato acontecia, como é o caso do famoso ritual de “Andar na prancha”, que é praticamente uma assinatura da pirataria, de acordo com a nossa literatura.
Só que acontece que os piratas não tinham essas frescuras, não. Na grande maioria das vezes eles simplesmente jogavam seus prisioneiros no mar, sem nenhum ritual. Não se pode dizer que colocar alguém para andar na prancha nunca aconteceu.

Mas, isso era muito raro, tanto que só há registros de que este ritual tenha acontecido somente duas vezes, em toda a história da pirataria antiga, e em casos bem importantes, como o Sequestro do Governador de Maracaíbo, o qual foi condenado a andar na prancha e, quando ele caiu na água, jogaram uma corda para salvá-lo.
Compaixão? Não, quando o salvaram, usaram a mesma corda para que ele fosse enforcado (os piratas adoravam essas ironias), mas só fizeram todo este processo porque aquele governador havia comandado um ataque ao porto de Tortuga e matado 3 irmãos, do capitão que o fez andar na prancha.

Tapa-olhos e tesouros




Quando se fala em piratas, a primeira imagem que vêm à cabeça de muitas pessoas é relacionada a tesouros escondidos e enterrados. Porém, isso não era muito comum entre eles não.
Principalmente pelo fato de que a maioria dos piratas só conseguia roubar alimentos, roupas, peças utilizadas para comércio e especiarias, então eles tinham de vender a carga primeiro, para só então ter algum dinheiro.

E, quando um ou outro, dava a sorte de roubar um navio carregado de ouro, eles gastavam quase que instantaneamente todo o dinheiro, afinal de contas, melhor que ouro só Rum e as mulheres de Tortuga!
Mas, tal qual foi com o caso da prancha, não se pode dizer que nunca aconteceu. Existiu um único caso de pirata que enterrou seu tesouro, o Capitão Escocês, que se chamava William kid. Mas, tão logo ele foi capturado, já revelou o paradeiro de suas riquezas, nas Ilhas Gardiners.
Já quanto ao tapa-olho, isso realmente a maioria dos piratas usavam. Até porque, eles eram homens acabados, cheios de costuras e remendos por todo o corpo. Afinal de contas, a vida no mar não era nada confortável, ainda mais com as frequentes batalhas.
Sendo assim, era preciso um pequeno problema em um canhão para que dois ou três homens perdessem braços, pernas ou olhos. E, como se não bastasse tudo isso, a maioria deles ainda ficavam surdos antes dos 30 anos (isso, se não tivessem morrido até lá, pois a maioria morria).
Bem, a história verdadeira dos piratas em geral pode não ser tão maravilhosa quanto nos livros e filmes, porém é fato que eles eram homens destemidos, que enfrentavam exércitos e saqueavam cidades com 3 vezes menos combatentes.

Os piratas ainda existem!




Provavelmente, ao ler o título você já “matou a charada”, afinal de contas você deve ter visto com larga cobertura na mídia sobre os piratas somalianos, que atacavam navios petroleiros, e pediam resgates bilionários pela carga.

Mas, o que você provavelmente não sabe é a verdadeira história desses homens e o que levou eles a atacar os navios, de uma hora para outra.

MSP – Movimento Sem Pesca

Para quem não conhece, a Somália é um país africano extremamente pobre que tira toda sua renda, basicamente, da agricultura de subsistência (planta o suficiente para alimentar a própria família).
Para além disso, o país vive uma guerra civil sem fim, tanto que o governo oficial já caiu há muito tempo, deixando o país uma “terra sem leis”, onde sobrevive quem é mais forte e quem tem mais armas.
A única vantagem deste miserável país é a sua posição geográfica, que fica no “Chifre da África”, coisa que lhe dá fácil acesso tanto ao Mar Árabe, quanto ao Oceano Indico e o Golfo do Aden.
E isso foi crucial para os piratas se levantarem, pois diante de um país destruído, a única renda que vinha para complementar a agricultura básica, era da pesca. Mas, esta atividade começou a ser afetada por navios cargueiros que passavam na região.
Estes navios, ao passar pela Somália, despejavam seus dejetos, impedindo que os pescadores executassem seu trabalho e, não demorou muito, até que eles se revoltassem e pegassem em armas.
Primeiramente, alguns pescadores organizados começaram a parar as embarcações e cobrar uma taxa para que elas pudessem passar por ali. Logo, eles viram que mesmo com a taxa, o fluxo não diminuía. Foi então que começaram a sequestrar as cargas e cobrar valores mais altos.
Conforme o tempo foi passando, mais e mais somalis notaram que o negócio era rentável (muito mais que plantar cebolas) e, então, eles começaram a se juntar aqueles primeiros ex-pescadores, e foram formando bandos de piratas.

Piratas somalianos



Por fim, todos os barcos de pesca somalianos, deixaram suas atividades de lado (até porque era impossível pescar na região) e começaram a se tornar verdadeiras embarcações de guerra, fortemente armadas.
No ano de 2005, os piratas que atuavam na região já eram uma preocupação mundial, pois estima-se que, anualmente, o lucro obtido pela pirataria chegava aos 7 bilhões de dólares.
Com um alto fluxo de dinheiro, que era reposto rapidamente, estes antigos pescadores começaram a se profissionalizar, contratando mercenários norte-americanos para que fossem treinados, comprando armas de grosso calibre e, principalmente, preparando suas embarcações para a guerra que eles sabiam que, um dia, chegaria.


Como o fluxo de dinheiro era muito alto, a pirataria se expandia de vento em popa. Tanto que, acredita-se que existiam, pelo menos, mil piratas atuando naquelas águas, entre os anos de 2008 e 2013, que foi quando explodiu para o mundo todo as notícias.

Além dos piratas, muitas outras pessoas começaram a lucrar com o negócio, principalmente os construtores de barcos somalianos, que tinham mais demanda. Mas o lucro não ficava somente na África, empresas seguradoras também aumentaram os lucros, pois subira o preço pelo seguro das embarcações.

Guerra!


Diante de todo este cenário, a Índia foi o primeiro país a tomar frente contra os piratas somalianos, iniciando um procedimento de guerra e atacando os navios piratas, prendendo quem sobrevivia e enviando para prisões na Europa, no ano de 2008.
Apenas alguns meses depois a Rússia também entrou na briga, afundou cerca de 11 embarcações piratas, até que capturou um dos barcos utilizados pelos piratas e interrogou-os. Tomando ciência do que acontecia e dos motivos pelos quais os piratas estavam atuando, ela mudou de lado e começou a proteger os piratas dos navios de guerra indianos (mas sem deixar que eles atacassem nenhum navio cargueiro, enquanto estivessem sob proteção dos russos).
Esta parte a mídia não comentou, mas a Rússia entrou com um processo pesado contra as empresas que passava na região e conseguiu proibir, por meio de um acordo internacional, o tráfego de embarcações cargueiras, que não fossem somalianas, naquela localidade.
Uma vez assinado o acordo, os piratas abandonaram as armas, desequiparam seus barcos entregando todo o armamento a ONU, para assim voltar ao seu trabalho inicial: A pescaria.

A traição


Feito o acordo, armas entregue, vida que segue. Isso até o fim do ano passado (2014), quando a ONU iniciou uma operação militar conjunta, feita pela coalizão Índia – Estados Unidos, a fim de prender os antigos piratas, então pescadores.
Atualmente, cerca de 20 prisões são feitas todos os dias e os antigos piratas, que agora voltaram para sua antiga vida, estão sendo levados para prisões no Iêmen, onde são executados pelo crime de furto e pirataria.
Agora, os pescadores ameaçam fechar novamente os mares, e prol de seus “irmãos” presos, por intermédio de um ato de traição.

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